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Cantando a História na Escola

Tudo começou, em 1980, quando ainda universitária, ingressei no Magistério, lecionando em uma Escola Estadual na periferia da cidade de São Paulo.
Já naquela época, eu sabia que o brasileiro é um “povo musical”, que “quem canta seus males espanta”.
Eu percebia que a análise de letras da MPB em sala de aula despertava em meus alunos simpatia e curiosidade pela minha disciplina e as aulas de História ficavam mais interessantes.
A partir daí, eu e os alunos lançamo-nos em um verdadeiro trabalho de pesquisa, procurando nos encartes dos LPs e nas edições da revista “Violão & Guitarra” letras de músicas que retratassem o conteúdo que eu ensinava em minhas aulas.
Com as letras das canções em mãos, o próximo passo era datilografá-las em um estêncil e tirar várias cópias no mimeógrafo.
A seguir, levava essas letras para a sala de aula e as analisava dentro do contexto histórico – social - brasileiro.
Eu era, então, a professora que andava com a “vitrolinha” da escola para cima e para baixo, pois, o próximo passo era levar os discos para a classe e cantar as músicas com meus alunos em sala de aula.
É importante salientar que a partir de 1987 na “EMEF Capistrano de Abreu”, no bairro do Itaim Paulista, na zona leste de São Paulo, esta experiência deu um salto de qualidade, pois contou com o apoio e a orientação da então diretora Maria Benedita de Castro de Andrade, uma vez que a “Dona Benê” (como ela era chamada por todos nós), contribuiu, auxiliando-nos nas pesquisas (letras de músicas, discos, fitas de vídeo) e, também, disponibilizando os recursos materiais da escola (aparelho de som, sala de vídeo) utilizados em nossas aulas.
E foi assim, que aos poucos, quando me dei conta, eu já estava contando e cantando a História na escola.

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